Histórico do PPGBot

A Decisão Estratégica: Botânica como Prioridade na UEFS e os fatores que Impulsionaram a Criação do Programa

1. Localização Estratégica: A UEFS possui uma posição geográfica privilegiada na Bahia, permitindo fácil acesso aos diversos ecossistemas do estado e reforçando sua influência regional. Situada em Feira de Santana, que é a sede da região metropolitana de mesmo nome com 15 outros municípios baianos, e em torno de um milhão de habitantes;

2. Demanda por Conhecimento: A flora do Nordeste, especialmente da Bahia, era pouco estudada em relação à sua importância na biodiversidade nacional. Este fato gerou uma forte demanda para a formação e capacitação de recursos humanos nas variadas subáreas da Botânica, especialmente em resposta às contínuas solicitações de informações para balizar políticas de desenvolvimento sustentado por parte de órgãos do governo estadual, no que diz respeito à diversidade biológica e proteção ambiental;

3. Carência de Cursos na Região: Havia poucos cursos de Pós-Graduação em Botânica no Nordeste, e os existentes tinham um foco restrito em estudos taxonômicos e florísticos;

4. Potencial Humano Existente: A UEFS já contava com um núcleo qualificado de profissionais que realizavam pesquisas e atividades de ensino, com capacidade técnica e científica para implantar e desenvolver programas stricto sensu.

Investimentos e Estruturação do Programa

Ao reconhecer todo esse potencial humano e circunstancial, a administração superior da UEFS realizou investimentos significativos em infraestrutura e capacitação de pessoal. Isso incluiu a implementação de laboratórios, a aquisição de equipamentos, a promoção ativa do doutoramento para mais docentes da então Área de Conhecimento Botânica & Ecologia, e a contratação de novos professores titulados com o grau de doutor. Essas iniciativas resultaram em um aumento expressivo no número de doutores em Botânica, que passou de dois em 1997 para onze em 1999, com esse crescimento continuando ao longo das décadas seguintes.

A Criação do PPGBot e Seus Primeiros Passos

Em 1999, com um corpo docente especializado em Botânica, foi criado um curso de Pós-Graduação Lato Sensu (Especialização) em Sistemática de Angiospermas. A maioria dos egressos desse curso, em 2000, integrou a primeira turma do Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPGBot), que foi implantado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) com o nível de Mestrado. Naquela época, o programa obteve credenciamento da CAPES com conceito 3, tornando-se o único curso de Botânica no estado da Bahia e o segundo do Nordeste.

Aprovação do Doutorado e Colaboração Internacional

No ano seguinte, em 2001, a proposta para a criação do Doutorado em Botânica foi aprovada pela CAPES, resultando no incremento do conceito do Programa para 4. É relevante destacar que, durante sua fase inicial, o núcleo essencial do Programa foi constituído, em sua maioria, por recém-doutores, contando ainda com a colaboração de alguns pesquisadores do Royal Botanic Gardens (RBG), Kew (Reino Unido). Essa colaboração foi crucial para garantir uma avaliação positiva por parte da CAPES e proporcionar aos estudantes o contato com uma das instituições botânicas mais renomadas do mundo.

Alcançando a Excelência junto a CAPES

Em 2007, o PPGBot conquistou a nota cinco da CAPES, e que mantém até os dias atuais. Essa conquista foi o resultado de anos de dedicação e trabalho árduo de uma equipe de pesquisadores apaixonados pela botânica. Sob a liderança de nomes como Ana Maria Giulietti, idealizadora do programa, e outros coordenadores visionários, o PPGBot se consolidou como um centro de referência em pesquisa e ensino na área. Ao longo de sua trajetória, passaram pela coordenação do programa os seguintes docentes: Ana Maria Giulietti-Harley (2000-2002); Francisco de Assis Ribeiro dos Santos (2002-2006); Luciano Paganucci de Queiroz (2006-2010); Luís Fernando Pascholati Gusmão (2010-2012); Lígia Silveira Funch (2012-2014); Reyjane Patrícia de Oliveira (2014-2020); Luís Fernando Pascholati Gusmão (2020-2022); Carlos Wallace do Nascimento Moura (2022-atual).

Liderança e Projetos de Grande Impacto

Sob a liderança visionária da Prof. Ana Maria Giulietti, a UEFS, nos primeiros anos do PPGBot, tornou-se um polo de pesquisa em botânica, coordenando projetos de grande envergadura que colocaram a região Nordeste no mapa da ciência internacional. Grandes projetos como o IMSEAR e o PPBio Semiárido injetaram recursos e infraestrutura indispensáveis, impulsionando a pesquisa de ponta na região, antes inexistente. A criação de laboratórios de ponta, como o LAMOL, equipado com tecnologia de sequenciamento de DNA, revolucionou a pesquisa em botânica na região. Em conjunto com o Laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura, esses espaços permitiram investigações antes inimagináveis, estabelecendo novos marcos para a ciência regional.

Graças a esses investimentos e à visão estratégica da Profa. Ana Giulietti, o PPGBot se tornou um catalisador para o desenvolvimento da pesquisa em botânica na região Nordeste, abrindo caminho para inúmeras descobertas e contribuindo significativamente para a conservação da biodiversidade brasileira.

O crescimento exponencial do herbário HUEFS, agora uma das maiores coleções de plantas do semiárido brasileiro, juntamente com o repatriamento de espécimes-tipo do RBG-Kew (espécimens originais utilizados para descrever novas espécies), solidificou a base para pesquisas em biodiversidade vegetal. Essa rica coleção, de fundamental importância para a taxonomia e a sistemática, posicionou a UEFS como um centro de referência para o estudo da flora nordestina.

Expansão e Nucleação de Outros Programas

O PPGBot nucleou dois outros programas de pós-graduação na própria UEFS, que derivaram de suas linhas de pesquisa. Quando de sua criação, o PPGBot incluía duas áreas de concentração, uma mais voltada à caracterização da biodiversidade (taxonomia, florística e morfologia) e outra para o uso (recursos genéticos e etnobiologia). Um desses programas foi de Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec), que foi criado em 2005 da articulação já existente entre a UEFS, a UFBA e a Fiocruz-BA por conta do projeto IMSEAR, que teve como seus primeiros coordenadores (Luciano Paganucci de Queiroz e Aristóteles Góes Neto) docentes do PPGBot. Um segundo programa gestado diretamente a partir do PPGBot em 2007 foi o Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais (PPGRGV), que também se beneficiou da articulação de parte das instituições participantes do projeto IMSEAR (particularmente UEFS e EMBRAPA) e que teve como seus primeiros coordenadores (Raniere Santana e Claudinéia Regina Pelacani) docentes do PPGBot.

Além desses programas da própria UEFS, o PPGBot também nucleou em 2010 o Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Este Programa é composto por vários egressos do PPGBot/UEFS, incluindo docentes que têm atuado à frente da coordenação desde a sua implementação.

Reformulações Curriculares e Adaptações ao Longo dos Anos

Desde a sua criação até 2012, o PPGBot esteve organizado em duas áreas de concentração: [1] Sistemática e Florística com ênfase na Região Nordeste e [2] Ecologia, Conservação e Utilização dos Recursos Vegetais da Região Nordeste. Essas duas áreas de concentração incluíam sete linhas de Pesquisa: 1) Flora e Florística dos Ecossistemas do Nordeste; 2) Morfologia Aplicada à Sistemática; 3) Taxonomia e Filogenia de Angiospermas; 4) Fenologia, Polinização e Estrutura da Vegetação do Nordeste; 5) Fisiologia de Plantas do Nordeste; 6) Recursos Vegetais de Angiospermas do Nordeste, e 7) Taxonomia e Filogenia de Criptógamas.

Em 2012, uma significativa reformulação curricular, motivada pela necessidade de mudança da área de Ciências Biológicas I para Biodiversidade, levou o PPGBot a consolidar uma única área de concentração, Sistemática e Ecologia de Plantas, Algas e Fungos, com quatro linhas de pesquisa:

[1] Sistemática de Fanerógamas – compreende estudos taxonômicos, filogenéticos, biogeográficos, filogeográficos, de variabilidade e suas aplicações em grupos de Gimnospermas e Angiospermas, com ênfase em grupos nativos da flora do Brasil;

[2] Sistemática de Criptógamas – inclui estudos taxonômicos e filogenéticos em grupos de Fungos, Algas, Briófitas e Pteridófitas e suas aplicações, com ênfase em grupos nativos da flora do Brasil;

[3] Morfologia Vegetal – envolve estudos anatômicos, organográficos e palinológicos visando a sistemática de plantas e outras aplicações; e

[4] Ecologia da Vegetação e Conservação – aborda estudos florísticos, fitossociológicos, fenológicos, etnobotânicos, fisiológicos e de interações planta-animal (polinização e dispersão) e suas aplicações, enfocando especialmente vegetação de caatinga, florestas, cerrado e campos rupestres.

Desse modo, as áreas de atuação dos docentes credenciados foram ajustadas, mantendo-se o foco na caracterização e descrição da diversidade vegetal, compreensão dos mecanismos de manutenção e conservação da biodiversidade, que são áreas de excelência do Programa.

No ano de 2017, uma reavaliação do Regimento Interno do Programa resultou na inclusão da palavra Evolução ao nome da área, de concentração passando para “Sistemática, Evolução e Ecologia de Plantas, Algas e Fungos”. Essa mudança visou proporcionar maior abrangência e alinhamento ao escopo das atividades realizadas no Programa, mantendo, contudo, as quatro linhas de pesquisa anteriormente descritas.

Com o intuito de se adequar ao novo modelo de avaliação da CAPES, em 2019, o PPGBot iniciou reflexões sobre sua proposta e estrutura. Isso resultou na implementação de um planejamento estratégico associado ao planejamento institucional, acompanhado de ações sistemáticas de autoavaliação e monitoramento dos egressos. O Colegiado designou comissões formadas por docentes para avaliar cada aspecto e mediar discussões em reuniões ampliadas, buscando atender às diretrizes estabelecidas pela Resolução CONSEPE/UEFS 103/2020 que estabeleceu diretrizes para os cursos de pós-graduação stricto sensu da Instituição.

No ano de 2022, houve uma reavaliação do Regimento Interno do Programa, resultando em algumas alterações, especialmente nos títulos de duas das quatro linhas de pesquisa: Sistemática de Fanerógamas e Sistemática de Criptógamas. A partir de maio de 2022, esses títulos passaram a incluir a palavra “Evolução”, alinhando-se ao nome da área de concentração, Sistemática, Evolução e Ecologia de Plantas, Algas e Fungos.

Desafios e Superação Durante a Pandemia de COVID-19

O ano de 2020 marcou duas décadas de existência do PPGBot, celebrando um marco significativo de defesas, até então, 213 mestres e 143 doutores. No entanto, esse período também foi fortemente impactado pela pandemia de COVID-19, que trouxe desafios consideráveis para as pesquisas do Programa.

Os impactos manifestaram-se em duas vertentes: dificuldades, como restrição ao uso de laboratórios, impossibilidade de viagens de campo e suspensão de disciplinas práticas; e oportunidades, como a ampliação da participação acadêmica e a maior valorização das disciplinas teóricas.

Embora o Programa tenha se adaptado à oferta remota de disciplinas em 2020, os efeitos da pandemia persistiram em 2021, limitando a realização de atividades práticas de campo essenciais para o desenvolvimento dos projetos dos alunos. Além disso, houve um aumento expressivo nos casos de adoecimento mental entre os discentes, resultando em trancamentos de matrícula e desligamentos do Programa.

A pandemia ocasionou atrasos substanciais e exigiu reformulações nos projetos, uma vez que, entre março de 2020 e março de 2022, os transportes institucionais para atividades de campo foram suspensos e os herbários nacionais permaneceram fechados.

Diante desse cenário, tornou-se necessária a prorrogação generalizada dos prazos de defesa, ultrapassando os seis meses inicialmente normatizados pela Resolução CONSEPE 103/2020 e autorizados pela CAPES em relação às bolsas. A UEFS regulamentou a possibilidade de extensão do prazo de defesa por mais seis meses e, excepcionalmente, por períodos adicionais, conforme disposto na Resolução CONSEPE 104/2020.

Além disso, a pandemia impactou a mobilidade acadêmica, reduzindo significativamente a participação dos alunos no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE).

As prorrogações foram implementadas para mitigar os desafios impostos pela pandemia e garantir a continuidade acadêmica dos discentes. Esse cenário reforça a necessidade de políticas institucionais que ofereçam suporte psicológico e acadêmico, além de estratégias preventivas para enfrentar crises semelhantes no futuro.

Ações Afirmativas e Inclusão no PPGBot

Em julho de 2022, a Pró-Reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (PPPG/UEFS) em conjunto com a Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (PROPAAE/UEFS) lançou instruções normativas sobre comissões institucionais responsáveis pela verificação das autodeclarações/hetereoidentificação dos candidatos optantes pelo sistema reserva das pós-graduações da UEFS. A primeira seleção do PPGBot utilizando ações afirmativas ocorreu no final de 2022 para ingresso na turma de 2023 e simultâneo ao cronograma das comissões responsáveis pela verificação documental autodeclarações/hetereoidentificação. Assim, atualmente o PPGBot em todos os seus processos seletivos recebe, pelo sistema de reserva de vagas (cotas), estudantes negros, quilombolas, ciganos, transgêneros, pessoas com deficiência e pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Extensão: Programa de Popularização da Botânica (POPBOT) e Programa Integrado de Extensão Universitária da Pós-Graduação no Semiárido Baiano

No final de 2022, foi implantado, junto à Pró-Reitoria de Extensão da UEFS, o Programa de Extensão de Popularização da Botânica (POPBOT). O objetivo do programa é fortalecer a interação entre a universidade e a sociedade por meio da popularização da Botânica, com ações direcionadas tanto à comunidade interna quanto à externa da UEFS. O POPBOT promove palestras, cursos de formação continuada, treinamentos, eventos e exposições itinerantes, além de produzir materiais de divulgação impressos e digitais. Outra meta é ampliar o protagonismo dos estudantes nas atividades de extensão.

O programa conta com quatro projetos: 1. Atualização em Botânica: Formação para professores e interessados sobre temas como plantas alimentícias não convencionais (PANC), plantas medicinais e composição floral de méis, dentre outros; 2. Conhecendo as Plantas do Município: Traduz conhecimento técnico-científico acumulado para uso prático pela sociedade; 3. Divulgação Botânica: Palestras com variados temas realizado no “Sexta com Botânica”; exposições sobre plantas nativas; ilustração botânica e artesanato com produtos vegetais; produção de materiais de divulgação (mídias digitais e impressas) para diferentes setores da sociedade; 4. A Botânica vai à Escola: Envolve estudantes universitários e escolares em mostras didáticas interativas sobre temas botânicos.

Esses projetos estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial: ODS 4, que visa garantir uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa.; ODS 10, Inclusão social ao engajar diferentes públicos; ODS 12 e 15, Foco no uso sustentável dos recursos naturais e na conservação da biodiversidade.

Com essas iniciativas, o POPBOT não apenas busca educar, mas também transformar a percepção da sociedade sobre a Botânica e sua importância para um futuro sustentável, contribuindo para a formação de uma geração mais consciente e engajada na preservação da biodiversidade.

Além do POPBOT, o PPGBot e outros 18 Programas de Pós-Graduação integram o Programa Integrado de Extensão Universitária da Pós-Graduação no Semiárido Baiano, coordenado pela Dra. Mariana Borges Botura, da PPPG/UEFS, e financiado pela CAPES (Processo n.º 88881.927409/2023-01). Iniciado em 2024, o programa tem como objetivo fomentar a integração e o fortalecimento das ações de extensão dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Feira de Santana, promovendo iniciativas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Essa iniciativa proporciona aos pós-graduandos e docentes maior inserção e corresponsabilidade social, além de ampliar a difusão do conhecimento produzido nos Programas de Pós-Graduação. Também estimula a troca de saberes entre a Universidade e a sociedade, contribuindo para a redução das desigualdades e para o desenvolvimento socioeconômico regional.

Novos Projetos e Fortalecimento da Estrutura

No final de 2023, uma proposta liderada por professores do Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPGBot) foi aprovada no edital CNPq/MCTI/FNDCT Nº 07/2023, destinado ao Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). Essa aprovação possibilitou a retomada do Projeto PPBio Semiárido, cujo objetivo é preencher lacunas de conhecimento sobre a biodiversidade, especialmente em regiões de difícil acesso e com histórico escasso de dados científicos. Em 2024, foram aprovados diversos projetos submetidos no final de 2023, além de novas propostas. Dentre eles, destacam-se aqueles que fortaleceram significativamente a estrutura do PPGBot, especialmente os vinculados ao FINEP, ao programa Centros Temáticos 2023 e ao edital Acervos Científicos e do Programa MCTI de Cadeias Socioprodutivas da Agricultura Familiar e Sistemas Agroalimentares Sustentáveis em 2024.

25 Anos de Excelência: Formação e Impacto dos Egressos

Em 2025, o Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPGBot) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) celebrará 25 anos de excelência acadêmica – seu Jubileu de Prata. Este importante marco representa a formação de 420 profissionais altamente qualificados, incluindo 251 mestres (166 mulheres e 85 homens) e 169 doutores (107 mulheres e 62 homens). Além disso, cerca de 19% dos alunos do programa optaram por cursar tanto o mestrado quanto o doutorado, refletindo a continuidade e a profundidade da formação oferecida.

O Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPGBot) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) foi reconhecido com o Prêmio CAPES de Tese em 2013, pela pesquisa “Sistemática de Papilionoideae (Leguminosae): filogenia das linhagens basais e revisão de Luetzelburgia“, desenvolvida por Domingos Benício Oliveira Silva Cardoso sob a orientação do professor Luciano Paganucci de Queiroz (UEFS). Além disso, em 2020, o programa recebeu menção honrosa com o trabalho “Sistemática de Tovomita Aubl. (Clusiaceae) e gêneros relacionados”, realizado por Lucas Cardoso Marinho sob a orientação do professor André Márcio Araujo Amorim da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

A Atuação dos Egressos no Brasil e no Mundo

A maioria dos titulados no Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPGBot) tem atuado em Instituições de Ensino Superior (IES) em diversas regiões do Brasil, incluindo Universidades Federais como IFBA, UFBA, e UFRN, além de estaduais como UDESC e USP, e instituições privadas como UNIFACS, UNEF, UNEX, JORGE AMADO. Esses profissionais também estão presentes em órgãos de pesquisa, como EMBRAPA e IBGE, e em instituições de fiscalização ambiental, como ICMBio e Ministério Público Estadual. Além disso, têm contribuído com consultorias em agências internacionais, como a FAO, participando de ações técnicas que incluem caracterização da flora e avaliação de Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Exemplos notáveis incluem duas ilustradoras botânicas que se destacam como egressas do programa, demonstrando a versatilidade e o impacto da formação recebida.

Entretanto, devido à crise econômica do Brasil e à escassez de concursos em posições de ensino superior ou pesquisa nos últimos anos, muitos egressos têm sido absorvidos no ensino médio e fundamental das redes Estaduais e Municipais de Educação (ligados à SEC/BA, SEES/SE, SEDUC/CE, SEDUC/PI), contribuindo para aumentar a qualidade do ensino da Botânica desde a base.

Além disso, os egressos do PPGBot têm atuado formalmente em instituições do exterior, como o Smithsonian Institute, New York Botanical Gardens, Herbário Nacional da Bolívia e Royal Botanic Gardens, Kew. Alguns deles colaboram significativamente com programas internacionais. Essa diversidade de atuação reflete não apenas a formação sólida proporcionada pelo PPGBot, mas também a adaptabilidade dos profissionais formados neste programa às demandas do mercado de trabalho atual.

Graças ao conhecimento adquirido durante seu período no PPGBot, os profissionais formados têm implantado novas linhas de pesquisa nas instituições onde atuam, contribuindo para a difusão da Botânica além do âmbito da UEFS. Entre os egressos do programa, destacam-se pelo menos cinco atuais bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq, sendo três com classificação PQ2 = C e dois com PQ1C = B. Oito dos docentes atualmente credenciados no PPGBot são doutores egressos do programa, e muitos deles compõem o corpo docente de cursos de graduação e pós-graduação, atuando também como líderes e coordenadores desses cursos e de grupos de pesquisa do CNPq.

Dentre os itens que historicamente fizeram parte do perfil do egresso do PPGBot, destacam-se o senso crítico, a alta capacidade de publicação dos dados e o investimento na captação de recursos nas agências de fomento. Isso é realizado na tentativa de atender aos poucos editais vigentes para o desenvolvimento de pesquisas nas diferentes linhas de atuação do curso. Vários egressos do PPGBot têm ou tiveram projetos aprovados nas principais agências de fomento do Brasil, como CNPq, CAPES, FAPESB e outras FAPs, além de obterem financiamento para pesquisas como parte de seus grupos de colaboração internacional.

Além da cooperação entre instituições e pesquisadores internacionais, o programa busca atrair alunos de outros países interessados em aprimorar seus conhecimentos na área de Botânica. Atualmente, o curso conta com cinco (5) alunos matriculados oriundos da Colômbia. Em 2024, o PPGBot participou do edital Programa Move La América (Edital CAPES nº 07/2024), disponibilizando cinco (5) vagas para o mestrado e oito (8) para o doutorado. No entanto, não houve candidatos inscritos.

Esses argumentos demonstram que força e a alta qualidade profissional estão incluídos no perfil dos alunos titulados no PPGBot, cuja formação também é fortemente voltada para a produção e reprodução do conhecimento adquirido na formação de novos recursos humanos, divulgação o ensino da Botânica inclusive nos níveis fundamental e médio; captação de recursos e inserção na pesquisa e ensino de graduação e Pós-graduação em Botânica no país.

Colaboração e Interdisciplinaridade no PPGBot

Durante sua trajetória, o Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPGBot) contou com a colaboração de 69 docentes de diversas instituições nacionais e internacionais, que atuaram incansavelmente na formação de recursos humanos do programa. Essa diversidade de colaboradores enriqueceu a experiência acadêmica e contribuiu para a excelência na formação dos alunos, refletindo a importância da interdisciplinaridade e da troca de conhecimentos no campo da Botânica.

DOCENTES QUE ATUARAM NO PPGBOT

DOCENTESIESPERÍODO
Ada Augusta Celestino BezerraUEFS2000
Ana Amelia Peixoto BoischioUEFS2000 a 2001
Ana Lucia Cunha DornellesUEFS2002 a 2006
André Márcio Araujo Amorim           UESC2007 a 2024
Ângela Pierre VitoriaUEFS/ UENF2000 a 2001 / 2004 a 2006
Angelica Maria LuccheseUEFS2006
Antônio Luiz Vieira Toscano de BritoUEFS2000 a 2003
Aristóteles Goes NetoUEFS/UFMG2002 a 2020
Blandina Felipe VianaUFBA2002 a 2006
Caio Graco Machado SantosUEFS2000 a 2013
Cândida Maria Lima AguiarUEFS2006
Cid Jose Passos BastosUFBA2006 a 2016
Cláudia Elena CarneiroUEFS2009 a 2010
Claudinéia Regina Pelacani CruzUEFS2002 a 2024
Daniela Cristina ZappiKEW2000 a 2006
Domingos Benicio Oliveira Silva CardosoUFBA2013 a 2022
Eduardo GrossUEFS/UESC2002 a 2004 / 2006
Eduardo Leite BorbaUEFS2001 a 2006
Eimear Nic LughadhaRBG-KEW2000 a 2003
Emanuel Fernando Reis de Jesus ✟UEFS2000 a 2001
Eneida de Moraes Marcilio CerqueiraUEFS2000 a 2001
Fabio Pedro Souza de Ferreira BandeiraUEFS2003 a 2006
Flavio FrancaUEFS2004 a 2014
Freddy Ruben Bravo QuijanoUEFS2000 a 2006
Gilberto Marcos De Mendonça SantosUEFS2001 a 2003
Gwilym Peter LewisRBG-KEW2000 a 2003
Hilda Maria Longhi-WagnerUFRGS2001 a 2006
Iara Candido CrepaldiUEFS2002 a 2006
José Geraldo Wanderley MarquesUEFS2000 a 2003
José Marcos de Castro NunesUFBA2011 a 2024
José Raniere Ferreira BandeiraUEFS2005 a 2006
Juan Tomas Ayala Osuna ✟UEFS2000 a 2006
Leonardo De Melo VersieuxUFRN2013 a 2016
Maria Iracema Bezerra LoiolaUFC2018 a 2019
Miriam GimenesUEFS2000 a 2003
Nádia Roque ✟UEFS/UFBA2000 a 2024
Paulino Pereira de OliveiraUEFS2023 a 2024
Priscila Paixão LopesUEFS2000 a 2001
Raymond Mervin HarleyRBG-KEW2000 a 2006
Rogéria Pereira de SouzaIAC/SP2000
Simon Joseph MayoRBG-KEW2000 a 2006
Solange Maria Costa AmorimUEFS2001 a 2006
Vera Lucia ScatenaUNESP2004 a 2006
Washington De Jesus Santanna Da Franca RochaUEFS2002 a 2006